Precisamos falar sobre o Dezembro Vermelho. Mais do que um mês voltado à conscientização e combate à Aids, é também um momento de reflexão sobre a doença e respeito aos portadores da síndrome.
Assim, como o Outubro Rosa (sobre o câncer de mama), Novembro Azul (câncer de próstata) e Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio), este mês no calendário médico é voltado para falarmos sobre essa doença, que afeta 920 mil brasileiros segundo o Ministério da Saúde. Cerca de 100 mil ainda não sabe que estão contaminados.
1 – HIV e AIDS não são a mesma coisa
Do mesmo modo que o novo coronavírus é o nome do vírus e o Covid-19 é o nome da doença, a Aids (ou Sida) é a sigla da doença de nome Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O que causa essa doença é o HIV, que é outra sigla e significa vírus da imunodeficiência humana.
Graças aos avanços da medicina, hoje milhões de pessoas são portadores do HIV, mas estão em tratamento e não correm o risco de transmitir a doença para outras pessoas.
Apesar de não ser tão fatal como era há 30 anos, é uma doença muito grave e que sim, pode levar a morte.
Os principais métodos de evitar a propagação da doença é não compartilhar seringas e praticar somente sexo seguro. A transmissão acontece apenas durante o sexo desprotegido, uso de agulhas, objetos cortantes e contato com sangue contaminado através de fissuras ou feridas.
2 – HIV não passa pelo beijo
Muitas pessoas que gostamos podem contrair o HIV. E como em toda doença grave e debilitante, essas pessoas precisam de carinho e atenção. E não de preconceito.
Como o vírus não é transmitido pelo ar, saliva ou suor, uma manifestação de afeto como beijo e abraços podem ser dados sem medo.
Mas atenção, em tempos de pandemia do coronavírus – esse sim transmitido pelo ar – temos que cumprir os protocolos de segurança: máscaras, higienização constante das mãos e distanciamento social.
3 – Tratamento antes e pós exposição
Além dos tratamentos para os pacientes, existem alguns métodos preventivos que podem ser usados por alguns grupos de pessoas em situações específicas:
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)
É um tratamento diário com um comprimido que contém dois medicamentos (tenofovir e entricitabina), que impede que o vírus se multiplique em seu corpo em caso de infecção. O tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Profilaxia Pós-Exposição de Risco – PEP
É um coquetel de medicamentos que previnem a infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis. Para ter o efeito desejado o PEP tem que ser ministrado em até 72 horas após o possível contato.
Seu uso é excepcional, após um contato de risco de contágio como um acidente ocupacional, no caso de manipulação de instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico, violência sexual ou relações sem o uso ou com o rompimento de preservativos.
Bônus- Pacientes em tratamento não transferem o vírus.
É exatamente isso mesmo que você leu! Durante o tratamento a carga viral do paciente fica tão baixa que as chances de transmissão caem para menos de 1%. Este é um motivo bem importante para não deixarmos que ninguém julgue a vida de um portador de HIV em sociedade.
A batalha contra o HIV, vírus causador da Aids, está cada dia mais perto do fim. Existem tratamentos, métodos preventivos e todo acompanhamento necessário para que uma pessoa soropositiva tenha uma vida plena.
Não podemos esperar que criem uma vacina para o preconceito, mas podemos combatê-lo com informação e conhecimento.
Este conteúdo faz parte da campanha da Redeflex para o Dezembro Vermelho.