Mercado farmacêutico deve crescer 12% este ano e 10% em 2023; empresas estão otimistas com emprego e crescimento da economia

As projeções de desempenho do mercado farmacêutico no Brasil neste e no próximo ano são boas, segundo os dados apresentados no Fórum Expectativas 2023, realizado pelo Sindusfarma nesta quinta-feira (30). E as empresas do setor preveem que a situação econômica vai melhorar no próximo ano: 57% estão otimistas sobre a recuperação dos empregos e o crescimento da economia no país.

Os cálculos da IQVIA indicam um crescimento do mercado farmacêutico geral (varejo e canal institucional) de 12,5% este ano e 10,5% no próximo, em valores. “São taxas de crescimento positivas; poucos países têm esse desempenho”, disse Sydney Clark, vice-presidente da consultoria.

No varejo, o crescimento estimado é de 11,8% este ano e 9,8% no próximo. No canal institucional, crescimento de 13,5% este ano e 11,4% no próximo, excluídas as vacinas contra a Covid-19. Segundo a IQVIA, as compras públicas estão em queda devido ao subfinanciamento do SUS, mas as vendas para clínicas e hospitais privados crescem (5,2% até abril) e podem aumentar 15% no próximo ano (veja a apresentação completa no final da notícia).

A pesquisa “Benchmarking de Expectativas da Indústria Farmacêutica 2022-2023”, realizada pelo Sindusfarma, apurou que as empresas do setor estimam um crescimento no varejo (Retail), de 12,86% este ano e 12,41%, no próximo ano, em valores. No mercado institucional (Non Retail), as projeções são de crescimento de 10,15% este ano e 9,37% no ano que vem. A pesquisa foi apresentada por Fábio Moreira, consultor da entidade (veja a apresentação completa no final da notícia).

Ao mesmo tempo, o índice de confiança do consumidor brasileiro está em nível muito baixo, de acordo com pesquisa da Ipsos: 79% dos entrevistados classificam como “ruim” a economia do país e 68%, sua situação financeira pessoal. E 74% acreditam que o Brasil está no “rumo errado”. “É um cenário tenso, nervoso”, disse Marcos Calliari, CEO do instituto (veja a apresentação completa no final da notícia).
Esse pessimismo dos brasileiros também foi analisado pelo cientista político Carlos Melo – segundo ele, um “desamparo econômico” que foi ficando evidente a partir de 2010. 

Para o professor do Insper, a atual crise do país é também internacional e decorre da revolução tecnológica e suas consequências sociais profundas em todo o mundo, para as quais a política não conseguiu oferecer soluções. “É a pior crise de liderança da história brasileira”, afirmou Melo. E complementou: [No Brasil] temos grandes dificuldades de olhar para o futuro”, citando como exemplo oposto o setor farmacêutico – “[essa] indústria altamente sofisticada que salvou o mundo nessa pandemia”.

Cuidado com a saúde

A demanda crescente de medicamentos no país como resultado da pandemia de Covid-19, especialmente dos produtos para o tratamento de doenças crônicas como diabetes e moléstias cardiovasculares, foi apontada por Clark. “Essa situação deve se perpetuar; a população brasileira entendeu a necessidade de se cuidar melhor”.
 
Ele também destacou o avanço das vendas on-line de medicamentos. A participação desse canal saltou de 2,5%, antes da pandemia, para 7,9% atualmente. “O canal on-line vai se tornar cada vez mais relevante”, disse.

Felicidade

Se as pessoas estão às voltas com incertezas e preocupações sobre seu futuro, a pesquisa global da Ipsos sobre as perspectivas de vida pela ótica individual revela a grande contribuição que a indústria farmacêutica pode dar para reverter essa situação. O estudo constatou que as pessoas consideram a saúde física e mental como o principal fator de felicidade e que dentre as metas mais valorizadas estão as “escolhas pessoais sobre saúde” e a “saúde consciente”, informou Calliari.

Educação

O atraso na área educacional foi destacado por Melo ao abordar o déficit de políticas públicas no país. Segundo ele, nas últimas décadas, o sistema educacional brasileiro não preparou as pessoas para o futuro e agora o mundo digital impõe novos desafios. “Aprender a aprender” é um deles, somado, no Brasil, à necessidade de redefinir do zero o modelo e os métodos de ensino e dar assistência às famílias. “A gestão da escola é tão importante quanto a sala de aula”, afirmou o professor do Insper.
 
O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, falou na abertura e no encerramento do Fórum, que contou com o apoio da Anahp.
 
Clique aqui e veja a apresentação de Sydney Clark, vice-presidente da IQVIA

Clique aqui e veja a apresentação de Fábio Moreira, do Sindusfarma

Clique aqui e veja a apresentação de Marcos Calliari, CEO da Ipsos

Fonte da matéria: Sindusfarma.org.br

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